Ligação e Interação Iônica - sinônimos?


Quando o comportamento de espécies químicas em solução é discutido, em particular para íons, o modelo em que uma "multidão enfurecida" de moléculas de água (por sua quantidade e agitação constante devido à agitação térmica - ou movimento browniano) se chocam contra uma parede de  íons de carga opostas e eventualmente um íon é retirado dessa estrutura, formando um íon solvatado em solução, uma questão semântica tem sido  recorrente:

"Os íons ligados na estrutura cristalina são interações intermoleculares ou ligações iônicas?"


Quando se tem um dilema, uma maneira de resolvê-lo é buscar as definições de cada parte do dilema. Para isso, muitas vezes é necessário encontrar o lastro histórico dessas definições, explícitas ou não.

Como descobrir a fórmula química do composto inorgânico simples, a partir somente do seu nome

Como descobrir a fórmula química do composto inorgânico simples,  a partir somente do seu nome

"...como descobrir a fórmula química do composto inorgânico simples,  a partir somente do seu nome? como por exemplo, saber que o sulfato de sódio é o Na2SO4 e não o Na2SO3? Por favor, você pode me indicar um ótimo livro que ensinasse esse tópico de modo completo? (Decorar uma lista de associação entre o nome e a respectiva formula química não é meu desejo. Quero aprender a descobrir a partir das "duas vias")"
Questão enviada por um aluno anônimo (com pequenas alterações para tornar a pergunta melhor compreendida)!


 Na verdade, a nomenclatura em química inorgânica não tem regras rígidas. Há muitas variações no comportamento de cada elemento e há muitos resquícios históricos (que não serão mudados... como o caso do carbonato, que se seguíssemos a regra do Nox, por exemplo, não teria esse nome).  Hoje eu vejo o nome desses ânions apenas como um nome, assim como uma pessoa pode ser  André Fernando ou Renata por razões que só os pais sabem realmente.


     Mas há algumas regras, como por exemplos para os ânions do tipo EOxq-, como a  Regra dos Nox (Figura 1). Mas ela não é facilmente encontrada (na verdade, foi muito, muito difícil achá-la - Mas no ano que vem ela estará em um  livro !!)  Com essa regra, pode-se dizer que Na2SO3 é o sulfito de sódio e o Na2SO4 é o sulfato de sódio. 

     O inverso, entretanto, não é fácil. Novamente, é mais fácil decorar que o sulfato é o  SO42-, assim valendo para os outros ânions mais comuns.

      Isso pois v. precisaria saber, de antemão o Nox do elemento central além da carga do íon.
Para o sulfato, é necessário saber que o Nox do enxofre é + 6 e não +5 (e isso não é fácil),
Sobre a carga do íon, usa-se a regra que ânions (sem hidrogênio), 
 * dos halogênios é sempre -1
 * dos calcogênios é sempre -2
 * dos outros elementos... :-(


  (Fonte: Oliveira, 2018 - Ed.UFV no prelo)

Há uma regra para os Nox: Se o elemento estiver em um grupo representativo par (seu nox também será par), daí v. poderia saber a fórmula química usando uma equação com o Nox, para saber o número de oxigênio... pela equação do Nox ("A soma do Nox de todos átomos é igual à carga da espécie química")

 onde 'i' é um átomo na espécie química.

 Usando o sulfato como exemplo: 
- sabendo que a carga dos ânions com enxofre (sem hidrogênio) é 2-, e o Nox(S) igual a 6, a equação do Nox do (SOx2-):


assim, x=4. Muito trabalho, não?  Até aprender tudo isso (que é até legal), quando já se decorou a fórmula do ânion.


"Decorar" o nome dos principais ânions, portanto, é mais tranquilo. A partir deles, você poderá ver um padrão em relação aos demais ânions do mesmo elemento.  
Parece frustante, não? Mas alguns tópicos são assim. Felizmente, vários outros não são e são descritos de maneira mais rigorosa.

Veja o lado bom! Antigamente necessário decorar também sobre cátions (férrico, ferroso , cuproso, etc...) e hoje usamos ferro (III), ferro(II), cobre (I), etc. o que permite facilmente dizer que em situações muito específicas há também o ferro(IV) (qual seria seu nome antigamente??? hiperférrico??)


E imagine regras para o dicromato (Cr2O72-)? tiossulfato (S2O32-)?  Melhor não, não é? 

Decorar agora parece tão simples!!

Método do Século XXI para Equilíbrio Químico em Solução Aquosa

Método do Século XXI para  Equilíbrio Químico em Solução Aquosa

Com a era da informática, foi possível fazer uma releitura do modo de ensinar (e estudar) equilíbrio químico em solução aquosa, que permanecia praticamente constante desde a década de 1920. Com essa releitura, chamado de método do Século XXI (uma vez que foi desenvolvido nesse século) é possível interpretar diversas situações experimentais (reais) e calcular, de maneira simples, inúmeros parâmetros de interesse. Assim, permite que o universo de aplicações na área de química e afins tenha sido muito ampliado. Essa releitura iniciou–se em 2000, havendo a publicação do livro Equilíbrio Químico em Soluções Orientado à Aplicação em 2009 com alguns elementos desse novo método tem avançado desde então na UFV, tanto com o conjunto de planilhas e softwares (incluindo tutorias e guia de referência), desenvolvimento de material didático (videoaulas, slides de aulas, listas de exercícios (e lista de resolução dos mesmos), dentre outros). E em breve um novo livro contendo todo a descrição completa desse novo método.